Brasileiros nos EUA – criação e educação no exterior

Brasileiros nos EUA – criação e educação no exterior

Brasileiros nos EUA ..  são muitas as vezes que ouço o desejo de morarem fora do nosso país, especialmente nos Estados Unidos. Seja por insatisfação com o Brasil, ou por querer trilhar novos caminhos. Assim como por necessidade profissional (transferência, por ex), dentre tantos outros motivos.

Por exemplo, eu mesma, confesso, pensei nisso algumas vezes.

Entretanto… se mudar de casa já não é fácil (pelo menos não para uma canceriana! Rs), o que dizer sobre mudar de país?! Principalmente quando se tem filho pequeno. Isso porque surgem tantas dúvidas como a de educar filhos brasileiros nos EUA.

Enfim, certamente, a terra do Tio Sam é um dos destinos mais desejados pelos brasileiros. Sendo assim, para tirar várias dúvidas em relação a COMO CRIAR E EDUCAR FILHOS BRASILEIROS NOS EUA, eu conversei com um amigo dos tempos da escola, o brasileiro RENATO CARVALHO DO NASCIMENTO, diretor de um Grupo Financeiro naquele país. 

brasileiros nos EUA

Renato é casado com a arquiteta REBECA PAGANI DO NASCIMENTO, que, atualmente, se divide entre os cuidados com a casa e a criação das  lindas filhas do casal JULIA, de 4 anos e EMILY, de 2 anos. Veja abaixo o que ele me contou!

*brasileirinho ou americano, filhos de brasileiro (s)

1-) Há quanto tempo vc esta fora do país? Onde mora no momento?

R: Eu, Renato, estou morando nos Estados Unidos há 18 anos. 

Em 1996, com 16 anos de idade, vim participar de um programa de intercâmbio cultural na Pensilvânia. Na sequencia, cursei a Universidade da Carolina do Norte e acabei recebendo uma proposta de trabalho de um grupo financeiro em 2002, no qual trabalho até hoje. Entretanto, minha esposa, Rebeca, se mudou para os Estados Unidos apenas em janeiro 2009.

Atualmente, estamos morando em Birmingham, Alabama. A região metropolitana de Birmingham tem aproximadamente 1.1 milhões de pessoas, portanto, ao meu ver, é uma cidade excelente para se formar uma família.

2-) Pretende ainda voltar a morar no Brasil?

R: No momento não temos planos de voltar a morar no Brasil. Contudo, estamos sempre abertos para novas oportunidades. 

3-) Quais são as idades de suas filhas? Elas nasceram no Brasil ou nos EUA?

R: Temos 2 filhas, Julia que está com 4 anos e Emily com 2 anos de idade. E ambas nasceram aqui nos Estados Unidos. 

4-) Sua família e da Rebeca continuam no Brasil?

R: Sim. Nossas famílias continuam morando no Brasil e sempre que podemos os visitamos em Lins, SP. 

5-) Em casa, vocês falam inglês ou português com as meninas?

R: Em casa nós falamos tanto o português como o inglês. 

6-) Como vocês procedem em relação educar seus filhos brasileiros nos EUA (português x inglês)?

R: No começo, nós pensamos que seria mais difícil para elas assimilarem os dois idiomas. Porém o que descobrimos, foi que as crianças tem uma capacidade impressionante de aprender – qualquer coisa!

Quando a Julia era neném, nós sempre falávamos com ela em português e em inglês. Inclusive, quando ela começou a falar, misturava bastante os idiomas. Ela falava “Mamãe, eu estou hungry” ou ainda  “Eu quero ir na friend’s house“.

Com o tempo nós percebemos que ela já estava aprendendo a diferenciar o que era inglês e o que era português. 

Acho que descobrimos isso quando ela tinha 3 anos de idade. Na ocasião, minha sogra veio do Brasil nos visitar e ela estava na cozinha com a Julia. A Julia pediu um queijo para ela em ingles, minha sogra nao entendeu e continuou a arrumar algumas coisas. Não satisfeita, a Julia pediu a mesma coisa em portugues com a tradução pefeita, conseguindo ter uma resposta de minha sogra. Eu e minha esposa estávamos ouvimos a conversa da sala e ficamos impressionados, pois tudo isso era novidade para nós. 

Atualmente, a Julia sabe quando conversa com nossos familiares no Brasil, então, ela fala só em português com eles.

Portanto fica mais ou menos assim: na escola – inglês, na televisão – inglês, em casa – inglês e português, na igreja brasileira – português, livros – inglês e português. Dessa forma, vamos ensinando os dois idiomas para nossas filhas.

Hoje, a Julia e a Emily falam e entendem fluentemente o inglês e o português. 

7-) Com quantos anos elas começaram a frequentar a escola? E antes disso, vcs contaram com alguma ajuda (parente, baby sitter)?

R: A Julia começou a frequentar a escolinha com 1 ano e 4 meses e a Emily com 1 ano e 6 meses. Elas ficam na escola das 9:30 am até as 1:30 pm. Lá elas são alfabetizadas em inglês e espanhol. As vezes a Julia acorda e fala “Buenos dias mammy”! 

Já em relação a ajuda, tivemos auxilio de minha sogra, Porém somente por 3 meses, quando as crianças nasceram. Não temos babysitter ou parente para nos ajudar. 

😎 No Brasil, é normal colocar a criança com 1 aninho em escolinhas ou até antes em berçários ou creches – particulares ou públicas.

Segundo uma  pesquisa que fiz, nos EUA, apenas a partir de 5 anos que as crianças podem frequentar uma escola pública (kindergarten), antes disso existem apenas “escolas-creches” particulares… É isso mesmo?

R: Sim. A partir dos 5 anos, as crianças podem frequentar uma ELEMENTARY SCHOOL, que vai dos 5 anos de idade até os 11 anos. E essas escolas podem ser públicas ou particulares.

Já as crianças de 0 a 4 anos, podem frequentar programas de “MOTHER’s DAY OUT” com duração de 4 horas oferecido por igrejas (muito comum aqui), ou escolas/berçarios/creches chamadas de “DAY CARE com funcionamento das 7:45am até as 6:00pm, portanto atendem a pais que trabalham o dia todo. Acredito, nesses casos, todos sejam particulares.

9-) No caso dessas “escolas-creches”, você tem referencia de preços? É algo semelhante ao Brasil?

R: Programa Mother’s Day Out – média de $200 por mês

    Day Care – entre $500 a $1000 por mês

    Elementary School Pública – sem custo (as escolas públicas são excelentes)

    Elementary School Particular – $500 – $1500 por mês

10-) Quanto às escolinhas publicas, no momento da alfabetização, procede a informação de que é necessário morar próximo a escola escolhida?

R: Sim, se a família escolher pela escola publica (elementary school), a criança só poderá se matricular na escola do condado em que mora. Conheço pessoas que mudaram de condado somente para os filhos frequentarem outra escola. Já na escola particular, não faz diferença onde mora.

11-) Nesse ultimo caso, as escolas particulares também são bem avaliadas?

R: Sim, as escolas são bem avaliadas. 

12-) Em relação à saúde, como funciona o sistema americano? No Brasil, o mais indicado é conseguir pagar um convênio particular, e usa-lo inclusive em caso de consultas, exames, alem das emergências, claro.

Aquele que não tem condições de pagar um convenio medico, pode utilizar o SUS – mesmo que esse tenha vários defeitos, existe essa ‘saúde publica”.

 Nos EUA, como funciona o sistema de saúde?

R: Aqui nos Estados Unidos, as pessoas podem obter o SEGURO SAÚDE através da empresa em que trabalham ou comprar o seguro no mercado livre (criado pelo Presidente Obama recentemente). Assim, esses seguros também são usados para consultas, exames, emergências, etc, como você disse.

Já para as pessoas de baixa renda que não tem condições de comprar um seguro, o governo oferece um seguro federal chamado MEDICAID, Esse seguro é oferecido para as pessoas de todas as idades. 

Também existe um outro seguro chamado MEDICARE, que é um programa federal de seguro saúde oferecido somente para as pessoas acimas de 65 anos de idade.

Enfim, vale ressaltar que os CENTROS DE EMERGÊNCIA de todos os hospitais são obrigados por lei a atender todos os pacientes (emergenciais) que receberem, tendo seguro saúde ou não.

13-) Você aconselha manter um convênio no Brasil também?

R: Se a família for morar nos Estados Unidos, não vejo razão para manter um convênio no Brasil. Dessa forma, quando viajamos para o Brasil a passeio, compramos um seguro de viagem para toda a família que dura exatamente o tempo de nossa estada no Brasil. (AQUI TEM POST SOBRE SEGURO VIAGEM)

14-) Você encontra dificuldade em manter uma alimentação saudável para as  crianças, em um país que tem fama de “comer mal’?

R: Nesse aspecto, a Rebeca faz um trabalho excelente em casa. Por exemplo, as meninas adoram o arroz, feijão, bife, ovo, cenoura, etc que a mamãe faz todos os dias! 

15-) As crianças encontram dificuldades em conciliar amigos brasileiros e americanos?

R: Não. Para falar a verdade, elas querem é brincar! Ou seja, seja com as vizinhas americanas,  amiguinhas da escola que também são americanas, ou com as amiguinhas brasileiras da igreja. Portanto, não há dificuldade alguma.

16-) Que dicas voce dá para brasileiros que querem  se mudar para os EUA com crianças?

R: Bem, eu diria para não se preocuparem com a adaptação das crianças. Isso porque elas irão se adaptar facilmente! 

Por exemplo, tenho um amigo brasileiro que se mudou para os Estados Unidos com a família há mais ou menos 1 ano e meio. A filha dele, de 4 anos, não falava absolutamente nada de inglês. Entretanto, em muito pouco tempo ela se adaptou, adora os Estados Unidos, aprendeu o idioma, fala melhor que os pais, alias, hoje, fala fluentemente. 

17-) Por fim, um espaço para suas considerações finais sobre filhos brasileiros nos EUA

R: Ana, gostaríamos de agradecer o convite para participar do seu blog. Esperamos que estas informações seja de algum benefício para seus leitores. Um grande abraço.

RENATO CARVALHO DO NASCIMENTO

Diretor – Grupo Financeiro

Tem mais alguma dúvida sobre como criar filhos brasileiros nos EUA? Conta pra gente nos comentários.


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